Você sabe o que é Epigenética?

Durante muito tempo, os cientistas acreditavam  que o código genético era inalterável, determinista. Depois de muitos estudos, compreendeu-se que há fatores epigenéticos que precisam ser considerados.

Epigenética é uma área da Biologia que estuda o tanto que o meio ambiente pode ativar ou silenciar os genes. 

Epi, do grego, significa sobre ou acima da genética. Trocando em miúdos, o estudo epigenético volta-se para as interferências externas para além da carga genética. Ou seja, para além do sequenciamento dos genes, há que se considerar também a sua expressão.

Dois exemplos bem claros são: Por que alguém com gene para o câncer poderia não o desenvolver? 

ou ainda: Como é possível  irmãos gêmeos, que possuem os mesmos genes serem diferentes?

A resposta é: O gene não é determinista e por isto uma pessoa não desenvolve o câncer. Há  fatores ambientais, comportamentais e sociais, ou seja,  mecanismos epigenéticos que o silenciaram. 

Quanto aos gêmeos, os fatores epigenéticos são responsáveis pelas diferenças dos mesmos. 

O estudo da epigenética passou a ter, cada vez mais, o olhar dos cientistas em diversas áreas, como nutrição, medicina, e inclusive na reprodução humana assistida. 

Estes estudos são bem importantes quando pensamos nas mulheres em tratamento de Fertilização in Vitro(FIV) e que precisam de óvulos de outras mulheres. Para algumas destas receptoras( quem recebe óvulos de outra) a maior angústia é saber que o seu filho não carregará o seu material genético. E realmente não carregará, mas há que considerar que o ambiente uterino, o comportamento, como hábitos alimentares da receptora, que é a mãe, alteram a expressão dos genes do óvulo da doadora. 

 Resumindo: o útero não é apenas uma incubadora, é bem mais que isto e influencia na expressão do material genético. 

Qual  é a diferença de ovodoação e ovorecepção?

É o procedimento de doar e receber óvulos de outra mulher para o procedimento da Fertilização inVitro

Para quem recebe os óvulos chamamos de receptoras e o procedimento é chamado de ovorecepção.  Para quem doa, doadoras e o procedimento de ovodoação.

Todo mundo tem visto amigas, conhecidas falarem que não desejam ainda engravidarem pois querem curtir mais a vida ou estudarem, trabalharem, ou por não se sentirem preparadas para a maternidade.  Diferentemente de nossas avós e mães, que bem cedo engravidavam, hoje presenciamos uma mudança de paradigma.

Só que precisamos estar atentos  a uma jovialidade na disposição, nas inúmeras oportunidades sociais e do próprio desejo, que nem sempre coincide com o biológico.

A prescrição médica da técnica da Ovorecepção como única possibilidade de tratamento e sucesso na gravidez pode ser experimentada de maneiras diferentes por mulheres e casais. Medos e fantasias podem fazer parte da surpresa da prescrição, o que deve ser considerado. 

Não é incomum vermos pessoas atravessadas por  fantasias do que seja um filho com material genético de outra pessoa( sejam óvulos, espermatozóides ou embriões) e que às vezes, pressionados pelo tempo de continuidade do tratamento, não respeitam o seu tempo de elaboração emocional.

Antes de qualquer decisão, se respeitar, se escutar. Há um tempo psicológico associado aos significados pessoais que tal vivência pode representar.

E não há regras, modelos, exemplos a serem seguidos. Cada um tem dentro de si razões que devem ser escutadas. Sempre frisamos que não há uma história que tenha dado certo e que seja um exemplo a ser seguido. O que há são vivências belíssimas e inspiradoras de outras pessoas e que servem para refletirmos conjuntamente ao que estamos sentindo e pensando. 

Qualquer  decisão precisa ocorrer em concomitância ao tempo emocional, que compreendo como o tempo do coração. 

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